O roteirista Flávio de Souza falou sobre sua experiência no programa Sai de Baixo (1996-2002) em entrevista ao Provoca, da TV Cultura. Conhecido por criações como Castelo Rá-Tim-Bum (1990) e Mundo da Lua (2025), ele admitiu que escrever o humorístico dominical da Globo foi uma das tarefas mais difíceis da sua carreira. “Foi muito difícil escrever aquilo, foi uma loucura, porque tinha que ter piada. E eu nunca tinha feito piada”, disse.
O autor contou que ficou surpreso com a repercussão do projeto. “O sucesso [do Sai de Baixo] foi uma coisa espantosa. Eu nunca tinha participado de uma coisa gigante. E eu fiquei chocado, porque foi uma das primeiras coisas que eu fiz fora da TV Cultura. O nível de humor era bem diferente”, explicou no programa comandado por Marcelo Tas.
Sai de Baixo tinha um formato diferente das sitcoms norte-americanas, no sentido de que era bastante informal: por ser gravado no palco de um teatro paulistano, o Procópio Ferreira, estimulava assim a interação com o público. Os atores interagiam frequentemente com a plateia (quebrando assim a quarta parede), saíam do personagem, esqueciam as falas ou riam das próprias situações que estavam encenando.
Cada episódio era gravado 2 vezes, e na edição do humorístico eram misturadas as melhores imagens de cada gravação. Muitos dos erros eram editados e não apareciam no final, mas se fosse uma situação que desse graça à história poderia ir ao ar daquela forma.
Vavá (Luis Gustavo) encarnava um chefe de família desastrado e o síndico do edifício residencial em cujo 6° andar morava, Caco Antibes (Miguel Falabella) o genro, Magda (Marisa Orth), esposa de Caco, Cassandra (Aracy Balabanian) a mãe de Magda e uma ex grã-fina que nunca deixou para trás o seu antigo estilo de vida, Edileuza (Claudia Jimenez) a empregada doméstica folgada e desbocada e Ribamar (Tom Cavalcante) o porteiro do edifício que se aproveitava do síndico Vavá.


